quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

PMs e bombeiros do DF aprovam em assembleia 'operação tartaruga' (Postado por Erick Oliveira)

Os policiais militares e os bombeiros do Distrito Federal decidiram em assembleia na noite desta quarta-feira (15) iniciar uma “operação tartaruga”, reduzindo o atendimento nos batalhões e o efetivo de agentes nas ruas.
De acordo com o presidente da Associação dos Oficiais da PMDF, Sérgio Souza, na prática a PM só vai atender uma ocorrência após ela ter sido registrada pela Polícia Civil. “Para uma viatura da PM conduzir uma ocorrência terá primeiro que ir antes uma viatura da Polícia Civil”, disse.
Sousa disse que a definição de uma greve geral deve ocorrer em assembleia marcada para o dia 3 de março. A assembleia ocorreu na Praça do Relógio, em Taguatinga.
A categoria reivindica abertura de um canal de negociação permanente com o GDF; equiparação salarial com os outros órgãos da segurança pública do DF e reestruturação da carreira, com promoção sem dependência de vaga, entre outras alterações na legislação.
Na semana passada, os agentes da PM fizeram uma carreata que engarrafou o centro de Brasília. Os policiais querem 52% de reajuste do soldo, que atualmente é de R$ 609. Somadas as gratificações, o salário inicial é de R$ 3.850.
No final de janeiro, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, anunciou a promoção de 2.850 policiais militares. A medida é retroativa a dezembro e terá impacto de R$ 7 milhões ao ano. Segundo o GDF, o valor já está previsto no Orçamento de 2012.
De acordo com a assessoria do governo, as promoções tinham sido suspensas em dezembro do ano passado devido a uma imposição legal apontada pelo Tribunal de Contas. A solução do impasse foi resolvida com a inclusão dos militares agregados – aqueles que estão requisitados por outros órgãos do governo – como se estivessem na corporação.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sobe para 9 número de bombeiros presos por movimento grevista no RJ (Postado por Erick Oliveira)

A Secretaria de Estado da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro informou na tarde deste domingo (12) que 9 de 11 mandados de prisão emitidos para bombeiros representantes do movimento grevista já foram efetuados.

Os envolvidos foram levados para o presídio de Bangu 1, na Zona Oeste, onde já se encontra o Cabo BM Benevenuto Daciolo, que teve a prisão preventiva decretada pela juíza da Auditoria da Justiça Militar.
O nono bombeiro preso foi localizado na noite de sábado (11). De acordo com a secretaria, 162 guarda-vidas estão em quartéis cumprindo medida disciplinar. Em nota, a secretaria informou, ainda, que todas as 110 unidades operacionais da corporação seguem com funcionamento normalizado.

Na noite de sexta, a Polícia Militar informou que 17 policiais permanecem presos por aderir ao movimento grevista. Destes, 10 policiais tiveram a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) por conclamar e incitar a greve. Outros 7 PMs foram autuados em flagrante por crime de desobediência, ainda segundo a PM. Um policial que já teve a prisão preventiva decretada pelo TJ-RJ ainda não foi preso.

Audiência é adiada

Após reunião na Praia de Copacabana, os bombeiros decidiram adiar a assembleia marcada para este domingo (12). A liderança do movimento grevista argumentou que o grupo não estava totalmente representado na manifestação e, por isso, o debate foi transferido para segunda-feira (13), na sede de um sindicato, na Lapa, Centro do Rio.
Na assembleia, marcada para as 18h, os militares da corporação vão discutir os rumos do movimento. Cerca de 100 pessoas, entre bombeiros e policiais militares, foram à manifestação deste domingo, na Avenida Atlântica.
No sábado (11), a Polícia Civil anunciou que a categoria suspendeu a paralisação de atividades. Bombeiros e policiais militares pedem a implementação do piso salarial de R$ 3.500 para as categorias e a liberdade do cabo Benevenuto Daciolo, que foi flagrado em escuta telefônica organizando greve na Bahia.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012


Greve de PMs: 59 presos e mais de 100 indiciados no Rio

O chefe do Estado Maior Administrativo da Polícia Militar, coronel Robson Rodrigues da Silva, informou na tarde desta sexta-feira (10) que 59 policiais foram presos e mais de 100 foram indiciados por crime militar ou transgressão disciplinar de natureza grave. 
Nove dos 11 policiais considerados líderes do movimento que tiveram mandados de prisão expedidos pela Auditoria de Justiça Militar, estão entre os presos. Outros cerca de 50 estão presos administrativamente. 
Após concederem entrevista coletiva, na manhã desta sexta-feira, os líderes do movimento grevista das polícias e bombeiros do Rio de Janeiro saíram em caminhada até o Quartel-General para se entregar voluntariamente. O cabo João Carlos Gurgel e o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio (Sindpol) Carlos Gadelha, lideraram o ato até o Quartel General da PM, na Rua Evaristo da Veiga, no Centro do Rio.  Eles foram acompanhados pelo policial civil Francisco Chao e pelo major Hélio de Oliveira, do sindicato de oficiais inativos da PM. Logo depois, Francisco Chao anunciou que só ficaram detidos no QG o cabo Gurgel e o major Hélio de Oliveira.
O policial civil Francisco Chao (E), o cabo Gurgel e o major Hélio de Oliveira (D) se entregam 
O policial civil Francisco Chao (E), o cabo Gurgel e o major Hélio de Oliveira (D) se entregam 
Mandados de prisão
Um pouco antes, o porta-voz da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Frederico Caldas, tinha informado que já foram emitidos 11 mandados de prisão contra os líderes da greve da PM. Segundo ele, os responsáveis pelo movimento serão submetidos a conselhos de disciplina. "É inaceitável romper o juramento que fizemos à sociedade. O pacto entre a população e a PM não deve ser rompido", disse Caldas. De acordo com o comando grevista, 10 militares cumprem prisão administrativa no 10º BPM (Barra do Piraí).
O porta-voz da Polícia garantiu que a situação é de absoluta tranquilidade em todo o Estado. "No mapeamento feito por volta das 7h constatamos a ocorrência de problemas pontuais em São Cristóvão e Leblon, logo resolvidos pelos comandantes dos Batalhões. Todos os comandantes estão presentes nas suas unidades, o que possibilita uma resposta imediata, caso algum PM tente abandonar o serviço ou retornar ao Batalhão. Nós nos preparamos para que os serviços não fossem interrompidos", explicou.
Frederico Caldas informou a ocorrência de um ataque a uma viatura policial na Avenida Brasil. Segundo ele, o veículo foi atacado por cerca de 15 motociclistas, mas não houve feridos. "Não trabalhos com a hipótese de represália, mas estamos reforçando o policiamento nas vias especiais. O Bope e o Batalhão de Choque reforçam ainda mais o patrulhamento", acrescentou.  O porta-voz informou ainda que policiais do Bope estão sendo enviados para o município de Campos, para reforçar o policiamento local.
Quanto à situação nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), Caldas enfatizou que estão em situação de absoluta normalidade. "O número de faltas é desprezível para uma anormalidade. Não houve qualquer tipo de movimentação. A resposta dos policiais foi gratificante, apesar de serem jovens policiais, se comportaram de uma maneira muito madura e profissional", elogiou.
Frederico Caldas garantiu também o policiamento neste fim de semana, quando mais de 100 blocos desfilam pelas ruas da cidade. "A nossa certeza é que a cidade segue vida normal. Garantimos os desfiles de blocos, as praias e os jogos do final de semana. Isso é um compromisso nosso e não abrimos mão disso". 

PM diz que há 11 mandados de prisão contra líderes da greve no Rio (Postado por Lucas Pinheiro)

O porta-voz da PM, coronel Frederico Caldas, disse, em entrevista à Globonews nesta sexta-feira (10), que onze mandados de prisão foram expedidos pela Justiça Militar contra os principais líderes da greve no Rio. Caldas não informou os nomes dos policiais militares que são procurados. Na noite de quinta-feira (9), policiais militares, civis e bombeiros decidiram entrar em greve. A assembleia reuniu 2 mil homens no Centro da cidade.

"Nós estamos com uma situação de normalidade. Desde a madrugada estamos monitorando todas as unidades. Agora pela manhã havia uma preocupação por conta da troca de turno e de serviço. E tivemos uma situação isolada no 4º BPM, em São Cristóvão, que foi prontamente debelada pelo comandante. O comandante determinou que as viaturas saíssem [...] Já há onze mandados de prisão expedidos contra os principais líderes desse movimento. A submissão imediata deles a conselhos de natureza disciplinar. Isso evidencia que de fato não vamos permitir, não vamos aceitar qualquer tipo de ação contrária à disciplina", ressaltou Caldas.

Situação na cidade
Segundo Caldas, o clima é tranquilo nos batalhões e nas ruas da cidade. Caldas disse que houve registro de um problema isolado no 4º BPM (São Cristóvão), mas não deu detalhes sobre o caso.

O G1 percorreu alguns bairros do Rio nesta manhã e encontrou apenas dois policiais militares nas ruas, uma carro da corporação na Rua General Espírito Santo Cardoso, em frente a 19ª DP, e outro na Rua São Miguel, todos na Tijuca, na Zona Norte. A equipe de reportagem percorreu os seguintes locais: Gávea, Humaitá, Copacabana, Laranjeiras, Catete, Catumbi, Rio Comprido, Praça da Bandeira, Tijuca, Alto da Boa Vista e Barra da Tijuca.

Os grevistas reivindicam a liberdade do cabo Benevenuto Daciolo e querem piso salarial de R$ 3.500, com R$ 350 de vale tranporte e R$ 350 de tíquete-refeição.

Alerj aprovou aumento
Na quinta-feira (9), a Alerj aprovou substitutivo do Executivo que aumenta os salários das categorias de segurança (polícias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros e de agentes penitenciários) em 39% até fevereiro de 2013. Ainda falta votar os destaques ao projeto aprovado, que podem modificar o texto final.

Em nota divulgada nesta madrugada, o comando da Polícia Militar negou que haja paralisação em qualquer tipo de serviço prestado à população no Rio e garantiu que todas as suas unidades estão em pleno funcionamento, contando com o apoio de policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque no patrulhamento da cidade.

Também em entrevista mais cedo ao Bom Dia Rio, o porta-voz da PM explicou que a madrugada foi tranquila na cidade, com os serviços mantidos e todas as unidades da PM monitoradas. Segundo ele, a pedido comandante-geral da PM do Rio de Janeiro, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, foi montado um gabinete de gestão para monitorar todas as viaturas da PM e o serviço que está sendo prestado à população.

Ainda segundo Caldas, o Bope e o Batalhão de Choque reforçam a segurança na cidade e, por enquanto, não há previsão de emprego do uso das Forças Armadas. O coronel disse ainda que a corporação se preparou para que os serviços não fossem interrompidos, com a presença de todas os comandantes nos batalhões.


Nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), segundo Caldas, também não houve nenhuma alteração durante a madrugada.

Deflagrada greve
Na noite de quinta-feira, bombeiros e policiais civis e militares decretaram a greve no estado do Rio de Janeirodurante uma assembleia na Cinelândia, no Centro. Cerca de duas mil pessoas participaram da votação. Juntas, as três corporações somam 70 mil homens. Segundo os grevistas, 30% do efetivo do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil ficarão à disposição para casos de emergência.

Os policiais militares informaram que ficarão em seus respectivos batalhões e não atenderão a nenhuma ocorrência. "A partir de agora, a segurança é de responsabilidade da Guarda Nacional ou do Exército", disse o cabo da PM Wellington Machado, do 22º BPM (Maré) ao microfone, após perguntar quem estava a favor da paralisação e todos os presentes levantarem as mãos e gritarem "sim".

Já os bombeiros também ficarão aquartelados, mas afirmam que 30% do efetivo vão atender os casos de emergência, assim como os policiais civis. Eles frisaram que não vão deixar "a população à deriva".

Segundo os manifestantes, a greve é por tempo indeterminado. Eles disseram que só voltarão à ativa quando o cabo Benevenuto Daciolo, que está preso em Bangu, for liberado e as reivindicações de reajuste salarial forem atendidas.

Após a confirmação da greve, o cabo Machado deu instruções aos policiais presentes na Cinelândia. "Todos devem seguir direto e estar aquartelados em seus respectivos batalhões", disse. "Atenção, é importante, quem está de folga aquartela, de férias aquartela, quem está de licença aquartela. Todos juntos, não tem distinção, se puderem levar as esposas, levem junto. É importante", completou.

A greve foi decretada por volta das 23h30, meia hora antes do previsto. De acordo com os líderes do movimento, no entanto, a decisão já estava acertada. Eles explicam que a antecipação do anúncio da paralisação ocorreu porque os manifestantes estavam cansados. A assembleia teve início por volta das 18h.

Exército enviará 14 mil homens
Mais cedo, o secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros do Rio, coronel Sérgio Simões, afirmou que o Exército disponibilizaria cerca de 14 mil homens e a Força Nacional atuaria com cerca de 300 homens para a segurança no estado, caso a greve fosse decretada.

Segundo ele, o plano prevê que os 14 mil homens do Exército façam o policiamento no estado, enquanto os 300 homens da Força Nacional auxiliem no trabalho dos bombeiros, em caso de paralisação dos servidores de segurança do estado.

A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros da Auditoria da Justiça Militar do Rio decretou, na noite desta quinta-feira (9), a prisão preventiva do cabo Benevenuto Daciolo, do Corpo de Bombeiros. Ele é acusado de praticar os crimes de incitamento e aliciamento a motim. As informações foram confirmadas pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

O cabo Benevenuto Daciolo está preso administrativamente, em Bangu, devido aos crimes de incitamento à greve e aliciamento a motim, segundo o secretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões. Escutas mostram conversa de Daciolo com a deputada Janira Rocha (PSOL) sobre estratégias de greve.

Em relação à segurança da população, Nascimento garante que os serviços de segurança da sociedade que tenham "caso de morte" serão prestados. "Em casos como grandes incêndios, colisões, atropelamentos, acidentes graves, os serviços serão prestados", garantiu.

Cabral critica 'balbúrdia e agitação'
O governador do Rio, Sérgio Cabral, defendeu a atual política de segurança estadual. “O governo, nesses anos todos, fez um esforço priorizando a segurança pública. Hoje, a segurança pública tem um orçamento que chega a níveis de itens essenciais, como a saúde, apesar de não ser obrigatório. O orçamento da Polícia Militar subiu de R$ 900 milhões para R$ 2 bilhões”, afirmou durante o lançamento do Programa Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, em Niterói, no fim desta manhã.

Cabral afirmou que existe uma “articulação nacional para tentar criar um clima de insegurança” e criticou aqueles a quem chamou de “ditos líderes” do movimento por melhores salários para bombeiros e policiais.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Sem avanços, associação da PM marca reunião para decidir greve (Postado por Lucas Pinheiro)

Após o fracasso das duas últimas tentativas oficiais de negociações entre governo e grevistas, uma das entidades que representam os policiais militares da Bahia marcou uma assembleia geral, que deve acontecer na quinta-feira (9), em Salvador, para decidir sobre a greve. O encontro da Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPMBA) vai decidir se o grupo, que ainda não aderiu à greve, também deve paralisar as atividades.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) e com a Polícia Militar, não há previsão de abertura de nova rodada de negociações para esta quarta-feira (8).

O coronel Edmilson Tavares, presidente da AOPMBA, diz que a proposta do governo, de pagar as gratificações em prestações ao longo dos próximos anos, não é ideal para a categoria. “Chegamos ao nosso extremo. Queremos apenas que a GAP [Gratificação por Atividade da Polícia Militar], prevista desde 2001, fosse paga integralmente em março. A mesa foi suspensa porque o governo diz que não pode atender. Mas ainda estamos à espera de resposta”, diz. Segundo ele, o objetivo, caso os policiais decidam por greve, o intuito é fortalecer a corporação e não provocar "radicalismos". "Nós queremos que a PM saia forte", afirma.

O assunto foi discutido ao longo de sete horas na terça-feira (7), em reunião que contou com a presença de sindicalista, do comandante-geral da PM, Alfredo Castro, do arcebispo primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger; do presidente da OAB Bahia, Saul Quadros; do secretário da Casa Civil, Rui Costa; do secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório; e do Procuradoria Geral do Estado, Rui Moraes.

Em nota, divulgada logo após o encontro, Dom Murilo Krieger classificou as consequências do impasse entre as partes como "tristes acontecimentos dos últimos dias". Krieger afirma que embora tenha se colocado à disposição para pôr fim à greve, não demonstrou apoio a nenhuma das reivindicações, nem propostas apresentadas. "O que posso lhes assegurar é que não me alinhei com nenhuma das partes, porque meu compromisso era e é com o povo da Bahia", diz.

Saul Quadros, presidente da OBA-BA, também se manifestou lamentando a falta de êxito nas negociações. "As negociações foram interrompidas depois de 24h [desde o início na segunda-feira], não chegamos a evoluir. A mesma proposta apresentada agora foi a do início da manhã. Lamentavelmente não chegamos a uma negociação", disse Quadros.

Governador pede retorno
O governador da Bahia Jaques Wagner pediu que os policiais militares grevistas retornem ao trabalho imediatamente. Ele também falou sobre a impossibilidade de negociar anistia aos policiais que cometeram crimes desde o início da greve, em 31 de janeiro. Wagner tranquilizou os turistas e baianos que pretendem curtir o carnaval na capital baiana a partir da próxima semana, informando que o esquema de reforço policial na cidade começa na terça-feira (14).

"Há dois movimentos. Para um deles, que é legítimo e reivindicatório, colocamos uma proposta que é o sonho dos soldados e oficiais da Polícia Militar da Bahia, que são as chamadas da GAP IV e GAP V. Com muito esforço orçamentário, ofereci entre 2012 e 2015 o atingimento no contra-cheque dessas duas gratificações. Essa é uma  lei de 1997 e é uma expectativa acalentada por todos eles a atingir isso. Estou garantindo o começo deste apagamento agora em 2012, outra parte em 2013, 2014 e 2015. Portanto, a GAP IV e GAP V farão parte de todos os contra-cheques dos policiais da Bahia. Isso siginifca um aumento de 35% de reajuste para os profissionais da Polícia Militar", disse Jaques Wagner.

Anistias
Ele disse ainda que a população já está julgando a ação grevista dos policiais. "Aqueles que querem prestar o serviço à população sabem que a oferta é significativa e acredito que isso possa acontecer nas próximas horas. Existe um processo de intimidação de alguns e por isso, nem todos quiseram assumir a proposta feita pelo governo. Dizer que conquistamos a GAP IV e V é algo muito importante para a Polícia Militar da Bahia", afirmou o governador.

"Os policiais que participaram legalmente, dentro das regras, pacificamente do processo reivindicatório, não têm com o que se preocupar. Já dei meu testemunho de que não vou ficar querendo punir quem trabalhou pela melhoria salarial. Porém, todos aqueles que quebraram e intimidaram a população já foram condenados pela própria Polícia Militar e pela sociedade baiana. É óbvio que isso será apurado. Não há como falar em perdão sem apurar atos de vandalismo, se não seria um salvo conduto para aqueles que estão confundindo o direito de reivindicar com o direito de aprontar no estado de direito", disse Jaques Wagner.

Carnaval garantido
"O planejamento está todo feito para o carnaval. O investimento de R$ 30 milhões na segurança será mantido. Faço um convite para que os policiais abracem a proposta feita pelo governo. A Operação Carnaval começa na terça-feira com a vinda de policiais do interior para a capital. Assim poderemos dar ao povo a maior festa popular do mundo e ter a eficácia da Polícia Militar da Bahia na resolução de conflitos", disse o governador da Bahia.

Prisões
Segundo ele, ficou acertado que as pessoas que forem detidas porque tiveram prisão decretada não iriam para presídios de segurança máxima e ficariam na Bahia, em presídios militares, até que a Justiça decidisse a respeito disso.

Preso em Salvador um dos líderes da greve da PM na Bahia (Postado por Erick Oliveira)

O sargento Elias Alves Santana, um dos líderes do movimento grevista da Polícia Militar baiana que teve o mandado de prisão decretado pela Justiça, foi preso pela Polícia Federal na tarde desta terça-feira (7), em Salvador. Este é o segundo mandado cumprido dos 12 que foram expedidos por determinação judicial. Além dele, o soldado Alvin dos Santos Silva, lotado na Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA), está preso desde a madrugada de domingo (5) na Polícia do Exército.

Após quase sete horas de tentativa de negociação entre sindicatos de PMs em greve e representantes do governo da Bahia, terminou sem avanços a reunião realizada na tarde desta terça-feira. A informação foi confirmada pelo presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros, e pela Secretaria de Comunicação do Estado (Secom).
Dirigente da Associação dos Profissionais de Polícia e Bombeiros (Aspol), Santana foi o primeiro PM preso pelo Comando de Operações Táticas, a “tropa de elite”, da PF, que desembarcou na Base Aérea de Salvador no domingo (5) para cumprir 11 mandados de prisão contra PMs grevistas.
A prisão preventiva dos PMs foi decretada pela juíza Janete Fadul. Todos os 12 policiais são suspeitos de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público. Os PMs também vão passar por um processo administrativo na própria corporação.
Na segunda-feira (6), a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra - BA) informou que 10 grevistas que tiveram a prisão decretada haviam deixado a Assembleia Legislativa, ocupada deste a última terça-feira (31), e foram para cidades do interior da Bahia mobilizar outras entidades ligadas à polícia. Ainda não há informações sobre o local e as circunstâncias em que o Sargento Santana foi preso.
Reunião
"As negociações foram interrompidas depois de 24h [desde o início na segunda-feira], não chegamos a evoluir. A mesma proposta apresentada agora foi a do início da manhã. Lamentavelmente não chegamos a uma negociação", disse Quadros.
O governador da Bahia, Jaques Wagner, pediu que os policiais militares grevistas retornem ao trabalho imediatamente. A declaração foi feita na tarde desta terça-feira (7), após o fim da reunião, em entrevista à Globo News. Ele também falou sobre a impossibilidade de negociar anistia aos policiais que cometeram crimes desde o início da greve, em 31 de janeiro. Wagner tranquilizou os turistas e baianos que pretendem curtir o carnaval na capital baiana a partir da próxima semana, informando que o esquema de reforço policial na cidade começa na terça-feira (14).
"O próximo passo é o que designei ao comando da Polícia Militar. Os coronéis devem reunir a tropa para que volte ao trabalho imediato e também possa saber o que está sendo proposto pelo governo", disse Jaques Wagner. Segundo ele, a população já está julgando a ação grevista dos policiais. "Aqueles que querem prestar o serviço à população sabem que a oferta é significativa e acredito que isso possa acontecer nas próximas horas. Existe um processo de intimidação de alguns e por isso, nem todos quiseram assumir a proposta feita pelo governo. Dizer que conquistamos a GAP IV e V é algo muito importante para a Polícia Militar da Bahia", afirmou o governador.
Discórdia
Segundo o presidente da OAB, o principal ponto de discórdia na negociação entre governo e PMs é a parte exclusivamente financeira, e disse que há avanços em relação aos outros pontos de revindicações. "Houve flexibilidade no que diz respeito à anistia para aqueles que participaram do movimento, não aqueles que agrediram a sociedade civil, que queimaram ônibus, aí o governo do estado não abre mão e também por parte da polícia militar também eles concordam com isso." As pessoas que participaram do evento, mas que não praticaram nenhum ato de vandalismo, não seriam punidas, "não haveria nem inquérito instaurado contra eles", disse.
Segundo ele, ficou acertado que as pessoas que forem detidas porque tiveram prisão decretada não iriam para presídios de segurança máxima e ficariam na Bahia, em presídios militares, até que a Justiça decidisse a respeito disso.
O encontro aconteceu na Residência Episcopal do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger, que participou efetivamente da tentativa de negociação. Desde a segunda-feira (6), Dom Murilo Krieger, atua na intermediação entre os interesses do governo e de entidades sindicalistas dos policiais militares grevistas.

A reunião foi formada pelo presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros; o secretário da Casa Civil, Rui Costa; o secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório; o comandante geral da PM, Cel. Alfredo Castro, Rui Moraes da Procuradoria Geral do Estado e os representantes das associações dos policiais: APPM, Associação da Força Invicta, Associações de Jequié e Itaberaba.
De acordo com a Arquidiocese, as entidades apresentam os pontos deliberados na primeira reunião a membros das bases e o objetivo agora é que esses representantes retornem com as impressões e avaliações dos sindicalistas. A Arquidiocese reitera que Dom Murilo se colocou à disposição tanto para o governo quanto para os sindicalistas.
Em relação à proposta que tem sido discutida nos encontros, o governo afirma que, na reunião de segunda, apresentou o cronograma para pagamento escalonado da Gratificação de Atividade Policial (GAP) IV e V.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012


Contingentes do Exército chegam à Assembleia Legislativa da Bahia

SALVADOR - Contingentes do Exército acabam de chegar em frente à Assembleia Legislativa da Bahia, onde desde quarta-feira estão concentrados soldados da Polícia Militar que fazem uma greve no estado. É possível que a desocupação do prédio comece a qualquer momento. Em meio ao clima tenso um rapaz conseguiu romper o cerco da polícia e chegou à rampa de acesso à Assembleia.
Cerca de 600 soldados do Exército, além de homens da Polícia Militar, da Coordenadoria de Operações Especiais da Polícia Civil baiana e da Polícia Federal fazem agora um cerco à Assembleia. Urutus foram trazidos para o local. O objetivo da operação segundo o Coronel Márcio Cunha, porta-voz da 6ª Região Militar é "isolar a Assembleia Legislativa com a finalidade de permitir o livre acesso de pessoas a essa área, a realização de negociação para a desocupação da Assembleia e a execução de mandados de prisão expedidos pela Justiça". Segundo ele, a ação é respaldada pelo artigo 142 da Constituição e da Lei Complementar 97/99.
Um dos objetivos da ação é prender 12 militares considerados líderes da paralisação em que estão com mandado de prisão expedido pela Justiça. Um deles é o presidente da Associação de Policiais, Bombeiros e de seus familiares (Aspra), o soldado Marco Prisco. Os grevistas, muitos deles, armados e usando touca ninja, prometem resistir. Há mulheres e crianças entre os ocupantes do prédio. Em entrevista coletiva na noite de ontem, o presidente da Assembleia, deputado Marcelo Nilo (PSDB), pediu ao comando das forças de segurança que assumiram o policiamento da capital baiana e de outras cidades durante a greve que determinassem a desocupação do prédio até a meia-noite para que o expediente começasse normalmente na manhã desta segunda-feira.
No início da noite, a luz foi cortada no prédio, e Marco Prisco conclamou os grevistas a resistirem, recomendando que não usassem armas de fogo.
Quarenta homens do Comando de Operações Táticas, a "tropa de elite" da Polícia Federal (PF) chegaram à cidade por determinação do governo federal. Quatro blindados do Exército circulavam pelas ruas de Salvador ontem. Os veículos, do tipo Urutu, foram enviados de Recife.
Marcelo Nilo pediu ao general Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança na Bahia, na 6ª Região Militar do Exército, apoio para a retirada dos grevistas do prédio da Assembleia, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Nilo afirmou que não admite que o prédio seja usado para "abrigar fugitivos da Justiça com mandado de prisão em aberto":
- A Assembleia está funcionando de forma precária, os funcionários estão faltando ao serviço, há homens armados pelos corredores, pelas rampas de acesso e utilizando os banheiros. Já perdi a paciência, desde sexta-feira tentamos uma maneira pacífica para desocupar o local.
Por volta das 21h de ontem, Prisco desceu a rampa da Assembleia e disse aos manifestantes ter recebido uma contraproposta do "coronel Castro". Segundo ele, a proposta contemplava anistia para todos os policiais, pagamento parcelado de dois tipos de gratificação e a revogação de 11 dos 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça, menos o dele. A proposta foi rejeitada pelos grevistas.
Desde que a greve começou, terça-feira passada, foram registrados 82 homicídios em Salvador e Região Metropolitana, de acordo com boletins da Superintendência de Telecomunicações das Polícias (Stelecom). Ontem foram registrados oito casos de assassinatos, seis deles cometidos em bairros de Salvador: três em Valéria, um em Marechal Rondon, um em Itinga e um em Pau da Lima. Os outros dois ocorreram em cidades vizinhas da capital, Madre de Deus e Candeias.
Nos seis primeiros dias de greve, o número de homicídios na capital e Região Metropolitana aumentou 129% em comparação ao mesmo período da semana anterior. Das 21h de terça-feira às 13h de ontem, foram registrados 78 homicídios pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). No mesmo período da semana anterior, ou seja, das 21h do dia 24 de janeiro às 13h do dia 29, foram registrados 34 homicídios, segundo os dados da secretaria.
Escolas em férias forçadas
Cerca de 450 escolas da rede privada no estado devem continuar em férias forçadas. O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinep-BA), Natálio Dantas, confirmou ter emitido recomendação para que as escolas particulares da Bahia só retornem às aulas após o fim do motim de policiais militares. O grupo educacional que reúne os colégios São Paulo, Anchieta e as unidades Anchietinhas confirmou que acatará a orientação do sindicato, suspendendo as atividades amanhã.
- Os pais devem usar o nosso site como canal de comunicação. Nossa preocupação é a segurança dos alunos durante o trânsito deles - afirmou Antônio Bamberg, diretor técnico e pedagógico das escolas que somam 4,5 mil estudantes na capital.
Na rede pública estadual, cerca de um milhão de estudantes e 40 mil professores voltam às aulas hoje, em meio ao cenário conturbado da segurança pública, devido à paralisação de parte de efetivo de 32 mil policiais militares. O secretário estadual da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, garantiu que o retorno escolar ocorrerá normalmente, garantido pela presença de homens do Exército e de policiais militares não amotinados. Não informou, contudo, quantos homens atuarão na segurança dos colégios estaduais:
- Há um centro de operações à disposição das forças, e o gabinete emergencial já está funcionando. Temos uma parcela ínfima de grevistas, bem menor que o número do início.
A estimativa inicial do governo é que um terço (pouco mais de dez mil policiais) do total de PMs tenha parado. Sem dar detalhes da distribuição do efetivo pela capital e pelo interior, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Nardi, afirmou que mais de três mil homens estão na Bahia, "a maior massa" já empregada nessas operações.
O primeiro integrante do movimento grevista preso, na madrugada de ontem, é Alvin dos Santos Silva, lotado na Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA). Segundo nota do governo, ele foi detido pelo comandante da própria companhia, major Nilton Machado, por formação de quadrilha e roubo de patrimônio público (viaturas). O policial também responderá a um processo administrativo na corporação. Alvin foi encaminhado para a Polícia do Exército. Com a prisão dele, a polícia cumpre o primeiro dos 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Marco Prisco, líder da greve e presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra), passou mal na noite de sábado e precisou ser acompanhado por uma enfermeira. Ele sofre de problemas e recebeu medicação intravenosa.
O governador Jaques Wagner, por intermédio de sua assessoria de imprensa, negou que tenha ajudado, em 2001, a greve dos policiais militares, acusação feita sábado por Prisco.
- Essa informação é absurda. O governador tem uma carreira política amplamente conhecida pela sociedade. A responsabilidade e o compromisso com a democracia são alguns dos seus princípios de ação na vida pública - disse o porta-voz Ipojucã Cabral.
Sábado, a secretaria de Segurança recuperou as 16 viaturas que estavam em poder dos grevistas.